terça-feira, 30 de setembro de 2008

Geraldo Policiano Nogueira, o GERALDINHO


Meu amigo internalta,
Depois de um bom tempo sem atualizar este espaço, estou de volta para partilhar com você uma reflexão que velho fazendo há alguns anos. Dizem os antigos que “a gente sai da roça mas a roça num sai da gente”. É notório quando encontramos pessoas interioranas que trazem no seu modo de portar e falar, o gostoso jeito do sertão. Sinal de que a roça está presente na vida dessa pessoa simples que se orgulhar de suas origens. Apesar de ser muito novo e ter sido criado na cidade, tenho um pouco da roça no meu coração. Minhas raízes estão lá, na zona rural do interior de Goiás. Mais especificamente, na cidade de Nova Veneza. É colônia de Italianos, os poucos que vieram do continente Europeu. Mas o que mais tem lá são filhos de mineiros, baianos... uma miscelânea brasileira que se revela no “mosaico veneziano”. Tive a oportunidade de um dia desses, em uma de minhas pequenas andanças pelo interior de Goiás, conhecer o filho de um saudoso Senhor. Na cidade de Bela Vista, conheci o filho do Geraldinho Nogueira, o Sr. João Nogueira, que me alegrou com um dos causos que seu pai contava. Mas você deve estar se perguntando, “quem é esse homi gente?” Com a colaboração de Luciano Queiroz*, apresentamos com orgulho, o Goiano, Geraldinho NOGUEIRA.

* Quem nunca se divertiu ao ouvir os "causos" do morador mais famoso de Bela Vista de Goiás?
Geraldo Policiano Nogueira, o Geraldinho, ficou conhecido nacionalmente por ser um homem simples da vida interiorana, mas cheio de histórias para contar.
O ilustre bela-vistense nasceu no dia 18 de dezembro de 1918, na Fazenda Aborrecido. Viveu boa parte de sua vida na Fazenda Nuelo, localizada no município de Bela Vista de Goiás. Casou-se com Joana Bonifácio e com ela teve oito filhos.
Geraldinho gostava muito de participar da Folia de Reis, onde dançava catira, tocava viola e também alegrava as pessoas com suas histórias. No ano de 1984, o contador de causos foi descoberto artisticamente por José Batista e Hamilton Carneiro.
Os apresentadores levaram Geraldinho para as emissoras de televisão. Desde então, os brasileiros passaram a ouvir seus contos. Geraldinho era uma das principais atrações de programas regionais, como Frutos da Terra, e começou a participar de propagandas em Goiás.
Esses trabalhos fizeram de Geraldinho uma figura goiana de destaque. Muitos exploraram o talento daquele homem simples e nem sempre o recompensaram pelo seu valor. O sucesso de seu trabalho não deu retornos materiais aos familiares do artista.
Antes de Hamilton “descobrir” Geraldinho (isso foi em 1984, juntamente com José Batista, quando Hamilton quando gravava matérias para o seu programa Frutos da Terra), ele contava seus causos em todos lugares por onde passava: na roça (principalmente na fazenda Nuelo, onde viveu boa parte de sua vida e nas redondezas de Bela Vista de Goiás), em festas, botecos, folias, quermesses e pasmem, até em velórios!
Depois do “reconhecimento”, Hamilton, conhecedor dos hábitos e costumes do interior goiano, não deixou o humorista perder sua naturalidade e originalidade, mas tratou de fazer uma adequação na linguagem usada por ele para os meios de comunicação. Uma vez feitas essas pequenas alterações, Geraldinho passou a se apresentar em teatros (inclusive no Nacional, de Brasília), rádios e televisão (sobretudo no programa Frutos da Terra, da TV Anhangüera, já fazendo as parcerias presentes nos discos).
Em 1993, Geraldinho faleceu por conseqüência de uma trombose intestinal. Sua história e sua contribuição cultural estão na memória da população de Bela Vista de Goiás.
Os shows do espetáculo “Trova, Prosa e Viola”, mesmo com a morte da sua figura principal, ainda continuam com o mesmo trio e com Geraldinho em imagens no telão, isso graças à sincronia e à tecnologia de hoje, que permitem também que Hamilton, André e Andrade consigam até mesmo conversar com Geraldinho. A montagem e o impacto ao mesmo tempo em que fazem rir, emocionam a platéia.

Welinton Silva.

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