quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A DIGNIDADE DO OUTRO


A Campanha da Fraternidade 2008 nos convida a celebrarmos a nossa dignidade pessoal e a lutarmos pelo reconhecimento e respeito pela dignidade do outro






A dignidade se baseia no reconhecimento da pessoa como ser digno de respeito. É uma necessidade emocional que todos nós temos de reconhecimento público de se ter feito bem as coisas, em relação a autoridades, amigos, círculo familiar, social, entre outros.

O objetivo geral da CF é levar a Igreja e a sociedade a defender e a promover a vida humana, desde a sua concepção até a sua morte natural, compreendida como dom de Deus e co-responsabilidade de todos, na busca de sua plenificação, a partir da beleza e do sentido da vida em todas as circunstâncias, e do compromisso ético do amor fraterno.

Se as exigências éticas de Jesus constituem tropeços para o ser humano moderno, somente o são em virtude de sua vontade egoísta, mas não de sua inteligência. A alma só é bela pela inteligência, e as outras coisas, tanto nas ações como nas intenções, só são belas pela alma que lhes dá a forma da beleza.

Precisamos nos ajudar a olhar a realidade com clareza e coragem, para poder fazer as escolhas também nós como pessoas humanas, no sentido pleno do termo, conhecendo o que estamos fazendo e o porquê, qual a finalidade.

Com certeza estamos todos perplexos, principalmente quem está na linha de frente, diante das situações de miséria que se perpetuam e do poder com que a biotecnologia nos dotou. O que fazer? Para tentar passos que nos levem, como sociedade, a nos aproximarmos da meta, antes de tudo é preciso ter clareza sobre qual é a meta.

Se a complexidade é tamanha, não se pode pensar em resolver a situação agindo só em um fator, por exemplo, eliminando a parte mais frágil. Talvez nenhum de nós tenha a resposta na ponta da língua, de como resolver, mas podemos nos ajudar no caminho: aconteça o que acontecer, a meta é o direito de cada pessoa humana à vida, e a uma vida que tenha beleza e sentido, mesmo na dor e na dificuldade.

Nesse sentido, a Campanha da Fraternidade 2008 nos convida a celebrarmos a nossa dignidade pessoal e a lutarmos pelo reconhecimento e respeito pela dignidade do outro, especialmente dos ainda não-nascidos, dos doentes, dos idosos, dos miseráveis, dos famintos, dos analfabetos, dos marginalizados e dos excluídos em geral.


Pe. Eduardo Rocha Quintella
Bacharel em Teologia – pelo C.E.S. – Juiz de Fora – MG